Opinião sobre o Livro Ted Talks – O guia oficial do TED para falar em público

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Antes de ler qualquer livro sobre apresentações, ligue o senso crítico!

Esta é minha sugestão para qualquer pessoa que deseje aprender mais sobre esta forma de comunicação: verbal, expositiva e para uma platéia, ao invés de com um grupo – onde a interação é possível.

O livro citado é de Chris Anderson, o presidente e curador-chefe do TED, um verdadeiro fenômeno atual, que produz apresentações de excelente qualidade tanto em conteúdo quanto em forma. Minha opinião aqui é baseada numa análise estrutural do livro, na qual identifiquei alguns pontos úteis e alinhados com o conceito de Oratória Contemporânea, que valoriza a espontaneidade, o conteúdo e humildade do apresentador.

Na primeira seção ele aborda Fundamentos, o que já me conquistou para ver o restante. Em tempos de superficialidade e hipervalorização de assuntos rasos, é confortante saber que o que virá depois foi construído em bases conceituais e filosóficas e com uma permissão ao leitor: você pode construir sua competência comunicativa. Esta postura já quebra a mensagem construída ao longo dos séculos de que para falar em público precisaria ter algum talento ou dom especial que te diferencia dos outros seres humanos. Não! Qualquer pessoa que fala para duas ou três tem o que é necessário para falar a duas ou três mil!

O livro segue na linha de orientar o palestrante a se organizar, se experimentar e sentir-se confortável com esta tarefa de comunicar alguma mensagem, propor reflexões ou compartilhar experiência. Estes são os motivos primordiais para que alguém use a palavra diante de um público.

Alguns itens me chamaram a atenção e merecerão um estudo mais cuidadoso antes de emitir minha opinião. Um exemplo é o item sobre Persuasão. Depois de mais de 20 anos estudando comunicação, ainda não achei um argumento que me convencesse a investir energia em técnicas de persuasão, devido ao tom manipulativo que geralmente subsidia estas abordagens, Mas isto merece um novo post, depois que eu ler o capítulo.

Se você pretende ler o livro, cuidado com seção chamada No Palco. Em alguns momentos o raciocínio cai no lugar comum de dizer como deve ser ou como não deve ser, mas não diz como fazer para treinar. O risco é aumentar a lista de regras mentais que distraem e tiram a espontaneidade do apresentador. Minha opinião é que durante a apresentação, a pessoa mantenha foco no que realmente importa naquele momento: o conteúdo!

Admito que sou fã de muitas palestras do TED. No entanto, como profissional de comunicação pessoal, chamo a atenção para especificidade daquele modelo de apresentação. No dia a dia, recomendo menos rigidez, para que a cobrança excessiva pela forma não acione o Compulsor Seja Perfeito. Este mecanismo psíquico e geralmente não-consciente, provoca o efeito contrário ao desejado, como confusão, lapsos de memória ou prolixidade.

Boa leitura, com bom senso!

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